Reativa - InFátima

Escola de Hotelaria de Fátima no jantar dos 25 anos da cidade

18-10-2022

A escola de Hotelaria de Fátima associou-se ao ano das comemorações dos 25 anos da cidade de Fátima, tendo sido palco do grande jantar de celebração. A seu cargo esteve o acolhimento do jantar da noite de dia 30 de setembro e a confeção do jantar temático. A Junta de Freguesia solicitou que os ingredientes para o jantar fossem a abóbora, o chícharo, o azeite e o mel, e com isto a Escola decidiu conceber um Menu especial e dedicado a esta celebração, proporcionando assim uma viagem de sabores para o jantar.

Começamos na Península Balcânica porque daqui veio a origem do chícharo, a leguminosa que serviu de base à nossa sopa. Hoje em dia é cultivado em várias partes do globo, sendo a Índia o maior produtor de chícharo do mundo. Foi recurso alimentar, para as populações mais pobres, em Portugal, nas décadas de 30 e 40 do século passado, para além de ser comum na alimentação animal. Os chícharos, são uma das leguminosas típicas das serras que rodeiam Fátima, produto que ajuda a caracterizar a identidade desta região. É uma planta leguminosa anual, que se adapta a terrenos calcários e a superfícies pedregosas, nada melhor que as nossas terras para isso, sem grandes regas e de fácil cultivo. Em algumas regiões é conhecido por xíxaras, molas, chichirão, chicharão.

Ao prato principal reinou a inovação com chip´s de abóbora, migas de couves e galo de tacho. As avós preparavam as comidas em grandes tachos e panelas que aproximavam da lenha em grandes lareiras abertas onde se reunia a família. Não raras as vezes o terço era rezado à lareira aproveitando o borralho da refeição. A estrela deste prato foi a abóbora. São Mamede, Misericórdias, Santa Catarina e Chainça, Atouguia, não há freguesia por cá que não as encontre em tons de outono pelas terras. Em diminutivo é aboborazinha, ou aboborinha pois na linguagem popular é abóbra. Viajou de longe...pois a abóbora é um alimento originalmente brasileiro, sendo cultivada principalmente pelos povos indígenas. Com a chegada dos colonizadores portugueses, foram trazidas para a Europa originando novas espécies. Seja redonda, alongada, amarela, laranja, casca lisa ou rugosa, a abóbora é um ingrediente perfeito para sopas, cozidos, compotas ou doces tradicionais. Mas inovámos cá na Escola e aqui está ela na forma de chip´s!

As plantações de vinho mais antigas no mundo datam de há 8.000 anos atrás no cáucaso. Mas a região demarcada mais antiga do mundo é o Douro, origem vinho que se pode desfrutar à refeição. O bolo do arco e o mel da Serra de Aire foram o mote da sobremesa: a forma em ferradura também dá o nome muitas vezes a esta doçaria e não falta nos andores em festa popular nenhuma. É um bolo muito típico também nos casamentos, geralmente oferecido aos convidados para ir sendo consumido ao longo de vários dias. O travo do azeite e da erva doce dão-lhe um sabor único. Nesta noite vem acompanhado da nossa tradição de café da avó, mas inovado na confeção, ou não fosse isto uma escola do futuro...veio em modo de rabanada e fez par com o gelado de um sabor também conhecido: o mel, esse dos néctares dos deuses...

Foi assim a viagem de sabores, plena em todos os sentidos, naquilo que à Escola de Hotelaria disse respeito! Obrigada à freguesia de Fátima por esta caminhada conjunta e pela confiança de mais de 25 anos de implantação local, que celebramos todos em conjunto!

ehf

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